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🇧🇷 Durou cinco minutos. Talvez um pouco mais. Quem sabe uns cinco dias. Falo do período entre o fim do pico da variante Ômicron de Covid-19 e a invasão da Ucrânia. Parecia que, finalmente, 2020 e 2021 acabariam de verdade e teríamos somente que lidar com o aquecimento global e problemas domésticos. Até as eleições para presidente do Brasil, em outubro de 2022, já estavam resolvidas naqueles dias, com Lula no topo das pesquisas. De repente acordamos com a notícia de que voltamos para 1939. O perigo de um conflito generalizado nunca foi tão próximo. Já está na bomba de gasolina, no aumento dos juros e nos refugiados chegando em Curitiba (em em todo os outros lugares).
Chego a ter nostalgia dos primeiros meses da pandemia, dos cartazes que diziam que tudo ficaria bem, das notícias de animais silvestres ocupando as cidades e menos poluição na atmosfera. Não disseram para a gente que o mundo seria um lugar melhor depois de tudo o que estávamos passando, que seríamos mais solidários e não aceitaríamos voltar a viver como antes? Só que o mundo não é o livro da Cinderela ou da Rapunzel. A vida é como em Crime e Castigo, Guerra e Paz, Pais e Filhos. Nunca a literatura russa foi tão relevante para entendermos sobre o mundo ao nosso redor. Uma dica é o livro Como ler os russos, do tradutor Irineu Franco Perpétuo. Quase todos os famosos das letras russas tiveram que fugir ou foram enviados à Sibéria. Depois duvidam quando falo que o tempo não é linear (como escrevi na newsletter #09).
Não vou entrar em pormenores sobre o atual conflito porque não sou nem Jornalista nem Cientista Político e se lermos muita notícia é capaz de haver invasão nas naves espaciais do Elon Musk para fugirmos daqui. Me dedico a um escapismo mais fácil, mergulhando em filmes, séries e livros. Estou na Nova York dos anos 1980 com os diários de Andy Warhol e seus amigos no Netflix. A série ainda está legal porque a Aids não apareceu para estragar as festas do Studio54 apesar de eu sempre agonizar junto com os dramas de grandes personagens gays. Acho que vou rever as duas temporadas de Emily in Paris com um pote de sorvete de creme no colo e depois dormir uns três dias seguidos para ver se a temperatura na Antártida baixa dos 30º C acima da média. Se der certo, volto aqui na Páscoa. Espero que não faltem ovos de chocolate. Espero que estejam mais baratos do que cenouras.
Ps: estou transferindo para cá, pouco a pouco, os textos que escrevi no www.travelvince.com. Quero montar também aqui no Substack guias mais fáceis de usar (e atualizar) das minhas cidades favoritas, agora que dá para voltar sonhar com viagens. Fique de olho.
🇬🇧 It lasted five minutes. Maybe a little longer. Maybe five days. I'm talking about the period between the end of the Omicron variant's peak and the invasion of Ukraine. It seemed that, finally, 2020 and 2021 would really end and we would only have to deal with global warming and domestic issues. Even the presidential elections in Brazil, in October 2022, were already solved in those days, with Lula at the top of the polls. Suddenly we wake up to the news that we are back in 1939. The danger of a widespread conflict has never been closer. It's already at the gas pump, rising interest rates and refugees arriving in Curitiba (and everywhere else).
I get nostalgic for the first months of the pandemic, for the posters that said everything would be okay, for the news of wild animals occupying cities and less pollution in the atmosphere. Didn't they tell us that the world would be a better place after everything we were going through? That we would be more supportive and wouldn't accept going back to living as before? But the world is not a Cinderella's or Rapunzel's story. Life is more like “Crime and Punishment”, “War and Peace”, “Fathers and Sons”. Never has Russian literature been so relevant to our understanding of the world around us. Almost all famous Russian writers had to flee or were sent to Siberia. Time really is a cyclical (read more about time in issue #09 of this newsletter).
I won't go into details about the current conflict because I'm neither a Journalist nor a Political Scientist. If we read too much news there could be a major break in of Elon Musk's spaceships to escape from Earth. I dedicate myself to an easier escapism, immersing myself in movies, series and books. I'm in 1980s New York with Andy Warhol's diaries and his friends on Netflix. The show is still entertaining because AIDS didn't show up to ruin the parties at Studio 54 even though I always agonize with the dramas of famous gay characters. I think I'll rewatch the two seasons of “Emily in Paris” with a bowl of ice cream on my lap and then sleep for three days straight to see if the temperature in Antarctica drops from its 30º C above average. If it works out, I'll be back here for Easter. I hope there's no shortage of chocolate eggs and that they're cheaper than carrots.
Ps: I'm transferring here, little by little, the essays I wrote on www.travelvince.com. I also want to put together easier-to-use (and update) guides for my favorite cities, now that we can go back to dreaming about traveling. Watch this space!