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Levei uma rasteira do tempo. Quando me dei conta, novembro já tinha ido embora. Estive tão imerso no turbilhão dos afazeres que não percebi os pinheirinhos iluminados, os trenós decorativos e os bilhetinhos de amigo secreto. Pensando tanto na newsletter do mês que vem, acabei me esquecendo completamente desta. Farei uma breve escapada que será o tema da nossa conversa de dezembro. Por enquanto é surpresa.
Sou do time que adoraria entrar em uma caverna agora e sair somente no meio de janeiro. Mas, como ainda tenho um pouco de consideração com o espírito natalino e não quero ser cancelado pela família e pelos amigos, o máximo que fiz foi programar uma miniviagem de 10 dias. Já dá certo alívio e volto para casa junto com as renas e os jingle bells, quase emendando um “Feliz Ano Novo” antes de apertar “enviar" no último texto de 2024.
Tropecei em novembro porque depois do Caminho de Santiago (TravelVince News #31), passei por Madri e Barcelona. Fazia 10 anos que não visitava minha arrebatadora paixão de juventude, a capital da Catalunha. Foi lindo! Nos amamos loucamente por uma semana.
Não consigo me apaixonar por pessoas — dá muito trabalho. Mas me apaixono por cidades, lugares onde posso viver vidas paralelas, ser várias versões melhoradas de mim. Quando volto para casa, me sinto avulso, comezinho. Volto a ter colesterol, cáries, unha encravada. Todos gostaríamos de esticar as férias de verão, a juventude, a festa de arromba ou uma noite de sexo voraz. Só que dezembro sempre chega rápido demais.
“E o amor é uma rua de mão única
por isso dá para amar poetas mortos
e cidades (Brodsky diz)”
— Victor Heringer, em "Não sou poeta”
🇬🇧 I got sidetracked by time. When I realized it, November had already slipped away. I was so immersed in the whirlwind of life that I didn’t notice the lit-up Christmas trees, decorative sleighs, or Secret Santa notes. So focused on next month’s newsletter, I completely forgot about this one. I’ll make a quick getaway, which will be the theme of our December conversation. For now, it’s still a surprise.
I’m the kind of person who would love to crawl into a cave now and only come out in mid-January. But since I still have some regard for the Christmas spirit and don’t want to be canceled by family and friends, the best I could do was plan a 10-day mini trip. It’s already a relief, and I’ll return home along with the reindeer and jingle bells, nearly shouting “Happy New Year” as I hit “send” on the last text of 2024.
I stumbled through November because, after the Camino de Santiago (TravelVince News #31), I spent some time in Madrid and Barcelona. It had been 10 years since I last visited the city that was my insane passion of youth, the capital of Catalonia. It was beautiful! We fell madly in love for a week.
I can’t seem to fall in love with people—it’s too much work. But I do fall in love with cities, places where I can live parallel lives, and be multiple, improved versions of myself. When I return home, I feel out of place, ordinary. I go back to having high cholesterol, cavities, and ingrown toenails. We all wish we could stretch summer vacations, youth, wild parties, or a night of passionate sex. But December always comes too soon.
“And love is a one-way street
that’s why you can love dead poets
and cities (Brodsky says)”
— Victor Heringer, Brazilian (dead) poet
Ótima!!! Abraços
Sempre, um prazer te ler e viajar contigo, Vicente!